miércoles, 29 de septiembre de 2010

Quem tem medo de touradas põe o dedo aqui...

Esta segunda acabei demorando demais resolvendo coisas por aqui – supermercado, cartório, ligações para o serviço de informação (seguindo o sábio conselho do meu mais novo BFF aquí em Madrid, Nílton, estou em busca do meu DNI, que é como o RG espanhol ao qual eu tenho direito), lavando os lençóis (e comprando outros novos pois só tinha um jogo) então acabei não saindo. Quando já eram 5 da tarde e tinha resolvido tudo, ainda fazia muito sol então eu TINHA que ir para algum lugar.
 “Já sei, Plaza de toros”. Sabia que era só seguir reto pela Calle de Alcalá que eu chegaria lá. Não vou mentir, o caminho não foi um dos mais belos de Madrid. Mas nem por isso menos interesante… As docerias que passei pelo caminho! Uma mais sedutora que a outra, não são aqueles doces plastificados… parece tudo muito fresco e delicioso, tortas, biscoitinhos, muitos com frutas ou amêndoas… Ai, ai.
Cheguei na tal plaza de las Ventas, onde uma charmosa construção anuncia “Plaza de Toros, 1929”. A idade do meu vô Durval. Fui ver o preço dos ingresos. Alguns baratos até, 4,60 euros. A questão é- quero eu ir a uma tourada? Estou em conflito total! A principio não quería ir de jeito nenhum e estava fora de questão. Mas a gente aqui leva as touradas muito a sério. Sério a ponto de os filhos de toureiros célebres – que inclusive já morreram  de “una corneada” – se tornarem celebridades também. É o exemplo do galã ídolo de todas as espanholas, Cayetano, filho do já falecido Paquírri. E eu só descobri isso porque muito inocentemente comprei um postal com uma pintura de um toureiro, imitando cartazes antigos. Minha compi viu e me perguntou se eu era fã do Paquírri (nome no cartaz reproduzido no postal). QUEM???? Aí discorreu inclusive sobre os casos amorosos dele. Ela não é desta parte da Espanha, portanto presumo que realmente toda a Espanha acompanha esse tipo de evento (tirando a Catalunha agora). Uma outra española me garantiu que eu tenho que ir para ver o traje de sol, que é belíssimo (como são bordadas contas douradas ao traje, quando o sol bate o toureiro brilha). Uma terceira que quando  pegam no lugar certo e o touro morre sem sofrer nada, é muito bonito. Quando disse à segunda que não quería ver o touro morrer ela respondeu “Haz lo que siempre hago, tapate los ojos cuando lo vayan a matar y estará muy bien”. Confesso que fiquei curiosa, e até entendo o ponto de vista de que é “bonito” uma morte bem matada. Até porque às vezes o toureiro também morre e mesmo assim muitos espanhóis ainda se aventuram nessa por vontade própria.
 Por outro lado, antes de vir para cá estava um dia passeando num pier com meus país e um homem fisgou um peixe. Vi o peixe se debater em vão enquanto o homem buscava seu facão. Quase chorei por esse peixe.
Pergunta retórica - Será que não existe uma tourada fake?

2 comentarios:

  1. Não, tourada não!! Há de haver alguma tourada fake, com um touro mecânico. Deste texto, gostei mais da parte dos doces...huummm... rs
    Bjos.

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  2. vá a uma tourada ecologicamente correta, onde os touros são habilmente treinados para fingir essa morte matada. Não tenho dúvidas que os trajes devem ser magníficos, mas não gostaria de ver um touro sendo espetado. Tenho certeza que preferiria ver um bicho homem sendo corneado.

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